domingo, 21 de abril de 2019

Reino Protoctista

Figura 1. Representação de protoctistas
Fonte: www.resumoescolar.com.br

A classificação do reino Protoctista é difícil. De maneira geral, pode-se dizer que este foi criado como uma alternativa didática para receber os organismos eucariontes, tanto unicelulares quanto pluricelulares, que não atendiam à definição dos reinos Fungi, Metaphyta e Metazoa. Desse modo, por não possuir um ancestral único e exclusivo, é um grupo merofilético, formado de forma artificial. Destacam-se as algas e os protozoários como seus principais representantes.
Os protoctistas como um conjunto apresentam grande diversidade de padrões de organização celular, vias metabólicas e ciclos de vida. Eles podem, por exemplo, se configurar como autótrofos fotossintetizantes ou heterótrofos por ingestão ou por absorção. Enquanto alguns deles são de vida livre, outros são de vida parasitária. A maioria é classificada como aquática.

As algas são organismos eucariontes, autótrofos fotossintetizantes e unicelulares ou pluricelulares. Não possuem vasos condutores, isto é, são avasculares. São consideradas as principais responsáveis pela fotossíntese, produzindo grande parte do gás oxigênio presente na atmosfera.
Podem ser encontradas em ambientes úmidos e aquáticos, onde constituem a base das cadeias alimentares. Estão incluídas no plâncton, que pode ser definido como o conjunto de organismos aquáticos. O fitoplâncton, por sua vez, compreende os seres autótrofos aquáticos, enquanto o zooplâncton abarca os seres heterótrofos aquáticos.
As algas pluricelulares, ao contrário das plantas, não possuem tecidos verdadeiros: todas as suas células apresentam o mesmo aspecto e as mesmas funções. Assim, não se pode afirmar que as algas são plantas aquáticas.
As algas são classificadas em seis grupos: algas pardas, algas verdes, algas vermelhas, diatomáceas, dinoflagelados e euglenoides, cada qual com suas características particulares.
As algas unicelulares realizam reprodução assexuada: em geral, por divisão binária ou fragmentação. Algumas das algas verdes se reproduzem sexuadamente por conjugação. Diversas espécies de algas verdes, pardas e vermelhas realizam alternância de gerações.
As algas são utilizadas na produção de sushi, iogurte, sorvete, leite achocolatado, creme dental, creme de barbear, cosméticos, tintas etc. Eventualmente, as algas podem provocar problemas ambientais, como a maré vermelha.

Os protozoários são organismos heterotróficos. Entre eles, estão as amebas, os paramécios, as giárdias etc.
Seu habitat é, em geral, a água. Muitas espécies, porém, podem atuar como parasitas, encontrando, no corpo de outros seres vivos, condições propícias à sobrevivência e reprodução. Sua célula pode ser uninucleada ou binucleada. Os protozoários podem apresentar ou não apresentar estrutura locomotora. Como estrutura locomotora, utilizam-se cílios, flagelos ou pseudópodes.
Os protozoários podem exibir vida livre e vida parasitária. Os protozoários de vida livre são importantes componentes nas cadeias alimentares dos ecossistemas aquáticos, consumindo e controlando populações microbianas e servindo de alimentos para outros consumidores. Os protozoários de vida parasitária podem parasitar o intestino humano, as células musculares do coração e de outros órgãos etc.
Os protozoários são classificados em seis grupos: Ameobozoa, Kinetoplastida, Ciliata, Apicomplexa, Diplomonada e Parabasalida.
Sua reprodução pode ser assexuada ou sexuada. A reprodução assexuada dos protozoários se dá, em geral por divisão binária ou por esquizogonia, também chamada divisão múltipla. Algumas espécias realizam reprodução sexuada por conjugação.
Entre as doenças causadas por protozoários, chamadas de protozooses, estão a Doença de Chagas, a malária, a amebíase, a tricomoníase, a giardíase, a leishmaniose e a toxoplasmose.
Determinados protozoários podem digerir celulose, por ação da enzima celulase.

Referências:

FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia unidade e diversidade, 2º ano. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016.

PAIM, Antônio Carlos. Aula de Biologia do dia 28 mar. 2019.

PEIXINHO, Solange. Reino Protoctista. Projeto Qualibio - UFBA. Site: <www.qualibio.ufba.br>. Acesso em: 21 abr. 2019.

ROMANO, Pedro Seyferth Ribeiro. Dinos Virtuais - Glossário. Portal LATEC - UFRJ. Site: <www.latec.ufrj.br>. Acesso em: 21 abr. 2019.

sábado, 20 de abril de 2019

Reino Fungi

Os fungos são organismos eucariontes, heterotróficos e unicelulares ou pluricelulares. Alguns deles atuam como decompositores, parasitas ou mutualistas, adquirindo grande importância ecológica, enquanto outros são usados na alimentação humana, como cogumelos e trufas, e na indústria, na produção de antibióticos e na fermentação. Vale mencionar, também, as orelhas-de-pau, os bolores e as leveduras.
Os fungos podem se desenvolver sobre múltiplos substratos, incluindo alimentos (frutas, queijo, carne, pão etc.), madeira, couro e papel, exibindo formas muito variadas.

Figura 1. Fungos
Fonte: www.infoescola.com

A unidade morfofisiológica dos fungos, correspondente à célula nos outros seres vivos, é a hifa. O conjunto das hifas forma o micélio, um pseudotecido, o corpo dos fungos pluricelulares. Um micélio pode ser composto por hifas cenocíticas ou por hifas septadas. As hifas cenocíticas possuem centenas de núcleos em uma única massa citoplasmática e aspecto de filamentos multinucleados. As hifas septadas têm divisórias que separam células individuais, com um ou mais núcleos. Destaca-se que não há especialização das hifas.

Figura 2. Hifa cenocítica e hifa septada
Fonte: zontanokosmo.blogspot.com

As células fúngicas armazenam carboidratos na forma de glicogênio, bem como as células animais, e possuem, em geral, em sua parede celular, quitina, polissacarídeo presente no exoesqueleto dos artrópodes.
Os fungos, em pelo menos uma fase da vida, se reproduzem por esporos. Sobre um substrato próprio e em condições propícias, um esporo germina e cria filamentos, os quais invadem o substrato e nele liberam enzimas digestivas. Dessa maneira, o fungo realiza digestão extracorpórea e, posteriormente, absorve os produtos através da parede celular e da membrana plasmática.
Em algumas espécies de fungos, incluindo os cogumelos, as hifas aéreas, externas ao substrato, organizam-se em corpos de frutificação, onde se formam os esporos. Os micélios dos fungos podem ser vegetativos ou reprodutivos.

Figura 3. Micélio vegetativo e micélio reprodutor (Adaptado)
Fonte: www.crpacis.com.br

A taxonomia dos fungos é, até hoje, objeto de um importante debate dentro da comunidade científica. Essa indefinição decorre, entre outros, da dificuldade de identificar e classificar os fungos e de definir gêneros e espécies. Atualmente, a classificação mais aceita é aquela que divide o conjunto dos fungos em quatro grupos: os quitridiomicetos, os zigomicetos, os ascomicetos e os basidiomicetos.
Os quitriodiomicetos apresentam esporos monoflagelados; os zigomicetos realizam a fusão de hifas de dois indivíduos haploides, formando-se no ponto de contato uma estrutura equivalente a um zigoto; os ascomicetos e os basidiomicetos produzem esporos em estruturas intituladas esporângios - ascos e basídios, respectivamente.

Figura 4. Cladograma do Reino Fungi (Adaptado)
Fonte: segundocientista.blogspot.com

Os fungos podem realizar reprodução assexuada ou reprodução sexuada.
Sua reprodução assexuada pode ocorrer por fragmentação, brotamento ou esporulação. O brotamento se dá nos fungos do gênero Saccharomyces, como o levedo de cerveja e o fermento; a esporulação, nos fungos do gênero Rhizopus, como o bolor preto do pão.

Figura 5. Reprodução assexuada por esporulação do bolor preto do pão (Adaptado)
Fonte: adeliabiologia2015.wordpress.com

A reprodução sexuada dos fungos envolve hifas sexualmente compatíveis, sendo uma hifa + e uma hifa -, as quais se unem por plasmogamia (fusão dos citoplasmas). As hifas resultantes dessa união organizam-se e formam um novo corpo de frutificação. Em um processo denominado cariogamia (fusão dos núcleos), essas hifas amalgamam seus dois núcleos haploides (n) em um único núcleo diploide (2n), um tipo especial de zigoto, cuja meiose, posteriormente, dá origem a quatro esporos haploides.
Os fungos do gênero Rhizopus realizam reprodução assexuada e sexuada.

Figura 6. Esquema do ciclo reprodutivo dos fungos, com destaque para a plasmogamia e a cariogamia (Adaptado)
Fonte: www.sobiologia.com.br

Os fungos têm destacada importância na natureza e na vida humana. Alguns deles são utilizados na produção de antibióticos, como a penicilina, e de queijos, como o gorgonzola. Os fungos fermentadores estão presentes na fabricação de pães e de bebidas alcoólicas.

Figura 7. Pães, queijos e vinhos
Fonte: www.guiadasemana.com.br

Os fungos decompositores degradam matéria orgânica, átimo fundamental da circulação de matéria nos ecossistemas. Existem os fungos comestíveis, entre os quais estão algumas espécies de cogumelos.

Figura 8. Champignon, exemplo de fungo comestível
Fonte: www.infoescola.com

Eles estão presentes, também, na produção de etanol, no processo de fermentação da sacarose da cana-de-açúcar. Fungos que atacam certos insetos, ácaros e plantas são empregados no controle biológico de pragas agrícolas.

Figura 9. Etanol
Fonte: www2.safras.com.br

Os líquens são associações mutualísticas, isto é, com benefício mútuo, entre fungos e algas ou cianobactérias. Sua resistência é alta, podendo sobreviver em tundras e desertos. O fungo utiliza parte da matéria orgânica produzida na fotossíntese da alga ou cianobactéria, a qual recebe proteção e nutrientes (água e sais minerais). A propagação dos líquens se dá através de sorédios.

Figura 10. Fotografia de líquens
Fonte: www.lebiologia.com

As micorrizas são formadas pelo mutualismo entre fungos e raízes de plantas. Pode-se citar como exemplo de micorriza as trufas. A planta fornece ao fungo matéria orgânica, que retribui fornecendo à planta nutrientes (água e sais minerais), decompondo a matéria orgânica do solo e aumentando a capacidade de absorção.

Figura 11. Micorriza, associação mutualística entre fungo e raiz de planta
Fonte: gostodecfb.blogspot.com

Figura 11. Trufas, exemplo de micorriza
Fonte: www.infoescola.com

Os fungos podem causar doenças em plantas, em animais e em seres humanos.
Entre as doenças infligidas por fungos em plantas, estão as ferrugens, os carvões e a "vassoura-de-bruxa", as quais têm, durante as últimas décadas, trazido perdas para as plantações brasileiras.
As doenças fúngicas em animais são chamadas, de maneira genérica, de micoses. Nos seres humanos, as mais comuns são a frieira, a pitiríase e a candidíase. Existem, também, as alergias de fungos em seres humanos.
A fim de evitar contato com os fungos em geral, basta atentar para a higiene pessoal, da casa e dos alimentos.

Referências:

FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia unidade e diversidade, 2º ano. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016.

PAIM, Antônio Carlos. Aulas de Biologia dos dias 3, 4 e 11 abr. 2019.