Os vírus foram descobertos apenas em meados do século XIX, mas estão presentes no planeta Terra há milhares de anos. Pequenos, mas complexos, causam as mais diversas patologias em plantas, animais, fungos etc.
As doenças causadas pelos vírus são denominadas viroses, e estas se desenvolvem de maneira diferente das bacterioses - as doenças causadas por bactérias. É importante estudar e discutir as principais doenças virais que afetam os seres humanos, seus sintomas, meios de transmissão e formas de tratamento.
Figura 1. Vírus representados como agentes patológicos
Fonte: www.dreamstime.com
Gripe e resfriado
As infecções viróticas das vias aéreas superiores são conhecidas como "IVAS" e englobam o resfriado comum e as gripes. Ambas as doenças são benignas e auto-limitadas com incubação de 2 a 4 dias, durando cerca de 1 semana. Existem mais de 200 sorotipos diferentes de vírus que causam gripes e resfriados.
Nos primeiros anos de vida, as crianças tem de 6 a 10 episódios de IVAS por ano (pois não possuem anticorpos para as doenças, como no caso dos adultos), sendo a maioria resfriado, apresentando manifestações restritas ao nariz e à faringe, como coriza, obstrução nasal, espirros, pouca tosse, dor de garganta e irritação conjuntival.
Nas gripes, o comprometimento é maior, restringindo-se ao nariz e acometendo até mesmo as vias aéreas inferiores. Os sintomas podem resultar em rinite, conjuntivite, faringite, amigdalite, laringite, traqueobronquite, febre e dor no corpo.
As principais etiologias do resfriado são: Rinovírus, Coronavírus, Vírus Sincicial Respiratório, Influenza, Parainfluenza, Adenovírus e Enterovírus, sendo os três primeiros os mais comuns. As gripes, por outro lado, são causadas por: Influenza, Parainfluenza, Adenovírus, Sincicial Respiratório, Echovírus e Coxsackie, sendo o primeiro o mais comum.
Os fatores de risco para contaminação são: aglomeração popular, poluição, baixo nível socioeconômico e estresse psicológico, o que provoca a baixa a imunidade. Não existem evidências cientificas de que a exposição ao frio aumente a suscetibilidade aos resfriados.
Figura 2. Gravura de criança com gripe ou resfriado (Adaptado)
Fonte: renovaremedlab.com.br
Sarampo
O sarampo, extremamente contagioso, provoca uma vasculite generalizada. Sua evolução tem três períodos definidos: o período prodrômico ou catarral, que dura seis dias, com febre, tosse encalacrada, corrimento nasal, conjuntivite e fotofobia, em que surge o sinal de Koplik, que são manchas brancas com alo avermelhado na mucosa oral perto do pré-molar; o período exantemático, em que se acentuam os sintomas: prostração, manchas de cor avermelhada no rosto e no corpo, com duração de cinco ou seis dias; o período de convalescença, no qual as manchas escurecem e descamam.
O agente etiológico do sarampo é um vírus de RNA do gênero Morbillivirus e da família Paramyxoviridae.
O modo de transmissão é de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas. O período de incubação é de cerca de 10 dias. É uma doença de notificação compulsória e o tratamento é sintomático. Pode resultar em pneumonias, encefalites, diarreias etc. A vacinação é a principal medida de controle da doença.
Figura 3. Sarampo
Fonte: www.acritica.com
Dengue
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave. O primeiro sintoma é, geralmente, a febre alta, acompanhada de dor de cabeça, prostração, dor nas articulações e dor atrás dos olhos. Podem aparecer manchas, coceira, falta de apetite, náusea, vômito e diarreia, num período de dois à seis dias.
As manifestações hemorrágicas, como sangramento da gengiva, do nariz, da vagina, pelas fezes e pela urina, bem como a baixa de plaquetas, podem ser observados nos casos de dengue em geral. O fator determinante nos casos graves é o extravasamento plasmático, que pode ser expresso por derrames cavitários, hemoconcentração e baixa albumina sérica.
Entre o terceiro e o sétimo dia, quando a febre costuma baixar, surgem sinais e sintomas como vômitos, dor abdominal intensa, prostração e derrames de cavidades, que indicam a evolução para a forma hemorrágica severa da doença.
O agente etiológico da dengue é o arbovírus, vírus de RNA do gênero Flavivirus e da família Flaviviridae, com quatro sorotipos conhecidos: DENV1, DENV2, DENV3, DENV4. O agente transmissor da doença é o mosquito Aedes aegypti.
O tratamento é sintomático. Quando evolui para instabilidade hemodinâmica com hipotensão e choque, a medida mais efetiva é a hidratação por via venosa. É uma doença de notificação compulsória.
Figura 4. Ilustração de Aedes aegypti, o mosquito-da-dengue
Fonte: www.denguetemqueacabar.com.br
Raiva
A raiva é uma zoonose viral. Ela se caracteriza como uma encefalite progressiva e letal. Essa letalidade é próxima de 100%. A doença é transmitida por mordidas, lambidas ou arranhões de animais contaminados, como cães, gatos, morcegos, macacos etc. Após um período de 2 a 4 dias, aparece mal-estar, febre, dor de cabeça, dor de garganta, irritabilidade, formigamento, tosse, angústia e alterações de humor, até que sucedem espasmos musculares e convulsões.
Quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, ocorrem contrações involuntárias da língua, laringe e faringe, com salivação intensa. Estas, então, evoluem para paralisia, até que se retome a consciência e, durante um intervalo de até 7 dias, ocorrem alucinações, evoluindo para coma e óbito.
O agente etiológico da raiva é o vírus da raiva humana, gênero Lyssavirus e família Rhabdoviridae.
O primeiro tratamento de paciente que não recebeu vacina ou soro anti-rábico e evoluiu para cura foi registrado nos Estados Unidos, em 2004. Em 2008, relatou-se o primeiro caso de cura no Brasil. Quando um indivíduo é exposto ao vírus rábico através da mordedura, lambedura ou arranhadura de animais transmissores da raiva, é realizada a profilaxia, com o uso de vacinas e soro.
Figura 5. Ciclo epidemiológico da raiva
Fonte: www.folhadooeste.com.br
AIDS
A Síndrome da imunodeficiência adquirida, abreviada SIDA, em português, e AIDS, em inglês, é uma doença do sistema imunológico humano causada pelo vírus da imunodeficiência humana, abreviado VIH, em português, e HIV, em inglês.
Com a imunidade baixa, o corpo fica mais vulnerável a outras doenças. Assim, um simples resfriado pode causar grandes complicações. Também, o tratamento de diversas doenças, como o câncer, acaba por se tornar mais delicado para pacientes com AIDS.
O linfócitos LT CD4+, célula de defesa do sistema imunológico humano, é o principal alvo do vírus HIV, que se liga às membranas dessas células e penetra seus núcleos a fim de se replicar. Com o passar do tempo, o sistema imunológico degrada-se, incapaz de reagir aos ataques de milhares de vírus e bactérias, com os quais entra em contato diariamente.
O tratamento dos pacientes soropositivos, isto é, que possuem o vírus da imunodeficiência humana, é realizado com antirretrovirais, que objetivam impedir a multiplicação do HIV no organismo. Além disso, buscam-se meios de fortalecer sua imunidade etc.
Nem todos os indivíduos com HIV têm AIDS, visto que em muitos casos o vírus fica inativo e, destarte, não se manifesta. Os sintomas iniciais da AIDS são, muitas vezes, semelhantes aos da gripe (febre, tosse, coriza, dores musculares e dores de cabeça). Segue-se, então, um período assintomático. Com a evolução da doença, os pacientes podem ser acometidos de diversas doenças, mais ou menos graves, que geralmente não afetam indivíduos com um sistema imunológico saudável.
Há pouco tempo, o HIV e a AIDS eram sinônimos de letalidade. No entanto, com o avanço da ciência e da medicina, as taxas de óbito são muito menores, bem como as complicações. Os aidéticos, quando submetidos ao tratamento correto - desde que tomem os medicamentos corretos e realizem consultas e exames médicos rotineiramente, levam um dia-a-dia normal e têm uma qualidade de vida excelente.
O vírus da AIDS é transmitido através de secreções, como sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno. Pode-se encontrar em contato com elas por meio do compartilhamento de seringas, de acidentes com objetos cortantes infectados, da transmissão vertical, durante o parto, da mãe para o filho e das relações sexuais, tanto heterossexuais quanto homossexuais. Desse modo, é recomendado o uso de preservativo, com destaque para a camisinha. Alvitra-se, também, a utilização de luvas e seringas descartáveis. O vírus não é transmitido através de beijo, abraço, espirro, picada de inseto ou suor.
Com a imunidade baixa, o corpo fica mais vulnerável a outras doenças. Assim, um simples resfriado pode causar grandes complicações. Também, o tratamento de diversas doenças, como o câncer, acaba por se tornar mais delicado para pacientes com AIDS.
O linfócitos LT CD4+, célula de defesa do sistema imunológico humano, é o principal alvo do vírus HIV, que se liga às membranas dessas células e penetra seus núcleos a fim de se replicar. Com o passar do tempo, o sistema imunológico degrada-se, incapaz de reagir aos ataques de milhares de vírus e bactérias, com os quais entra em contato diariamente.
O tratamento dos pacientes soropositivos, isto é, que possuem o vírus da imunodeficiência humana, é realizado com antirretrovirais, que objetivam impedir a multiplicação do HIV no organismo. Além disso, buscam-se meios de fortalecer sua imunidade etc.
Nem todos os indivíduos com HIV têm AIDS, visto que em muitos casos o vírus fica inativo e, destarte, não se manifesta. Os sintomas iniciais da AIDS são, muitas vezes, semelhantes aos da gripe (febre, tosse, coriza, dores musculares e dores de cabeça). Segue-se, então, um período assintomático. Com a evolução da doença, os pacientes podem ser acometidos de diversas doenças, mais ou menos graves, que geralmente não afetam indivíduos com um sistema imunológico saudável.
Há pouco tempo, o HIV e a AIDS eram sinônimos de letalidade. No entanto, com o avanço da ciência e da medicina, as taxas de óbito são muito menores, bem como as complicações. Os aidéticos, quando submetidos ao tratamento correto - desde que tomem os medicamentos corretos e realizem consultas e exames médicos rotineiramente, levam um dia-a-dia normal e têm uma qualidade de vida excelente.
O vírus da AIDS é transmitido através de secreções, como sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno. Pode-se encontrar em contato com elas por meio do compartilhamento de seringas, de acidentes com objetos cortantes infectados, da transmissão vertical, durante o parto, da mãe para o filho e das relações sexuais, tanto heterossexuais quanto homossexuais. Desse modo, é recomendado o uso de preservativo, com destaque para a camisinha. Alvitra-se, também, a utilização de luvas e seringas descartáveis. O vírus não é transmitido através de beijo, abraço, espirro, picada de inseto ou suor.
Figura 6. Dezembro Vermelho: mês de conscientização e combate à AIDS
Fonte: www.tuasaude.com
Figura 7. Esquema referente à contração da AIDS
Fonte: www.unimedfortaleza.com.br
Referências:
FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia unidade e diversidade, 2º ano. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016.
BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE; SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 2010.
OLIVEIRA, Reynaldo Gomes. Black Book: Pediatria. 3. ed. Belo Horizonte: Black Book, 2005.
BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE; SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 2010.
OLIVEIRA, Reynaldo Gomes. Black Book: Pediatria. 3. ed. Belo Horizonte: Black Book, 2005.
Site: <pt.wikipedia.org>. Acesso em: 12 mar. 2019.
Site: <www.bio.fiocruz.br>. Acesso em: 12 mar. 2019.
Site: <giv.org.br>. Acesso em: 12 mar. 2019.
PAIM, Antônio Carlos. Aulas de Biologia dos dias 27 e 28 fev. 2019.
Site: <www.bio.fiocruz.br>. Acesso em: 12 mar. 2019.
Site: <giv.org.br>. Acesso em: 12 mar. 2019.
PAIM, Antônio Carlos. Aulas de Biologia dos dias 27 e 28 fev. 2019.