sábado, 23 de fevereiro de 2019

Divisões do reino vegetal - Redenção 20 fev. 2019

O reino vegetal compreende as plantas, seres eucarióticos, pluricelulares, autotróficos clorofilados e com tecidos diferenciados. Ele é segmentado em quatro divisões, a saber: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. O termo divisão, utilizado para o reino vegetal, corresponde a filo, utilizado para o reino animal.

Figura 1. Esquema das fases gametofítica e esporofítica nas diferentes divisões do reino vegetal (Adaptado)
Fonte: www.buscaescolar.com

Briófitas

As briófitas encontram-se em ambientes úmidos, próximas à rios, córregos ou lagos, em cascas de árvores e no xaxim. Por não receberem luz direta do sol, são plantas de pequeno porte. Sua reprodução se dá pelo processo de metagênese, na qual há uma fase sexuada, com a produção de gametas, e uma fase assexuada, com a produção de esporos. 
São, também, plantas avasculares, ou seja, não possuem vasos condutores de seiva. O transporte de nutrientes acontece através de um lento processo de difusão das células. Essa é uma característica que as diferencia das demais divisões do Reino Vegetal. 
A partir das briófitas, se inicia a diferenciação de tecidos como a epiderme para proteção. Como as algas, têm o corpo na forma de talo, sem raiz, caule ou folhas diferenciadas. As briófitas podem ser divididas em três grupos: musgos, hepáticas e antóceros.

Figura 2. Exemplos de briófitas: em A, gametófitos de musgos, onde podem-se observar os filoides. Em B, gametófitos de hepáticas. Em C, gametófitos de musgos com esporófitos em desenvolvimento. Em D, esporófitos de hepáticas.
Fonte: www.coladaweb.com


Figura 3. Musgos, exemplo de briófita
Fonte: PAIM, 2019

Pteridófitas

As pteridófitas são maiores e mais diversas que as briófitas. Elas, em geral, são terrestres e, da mesma maneira que as briófitas, habitam ambientes úmidos. Ostentam vasos condutores de seiva – são plantas vasculares -, raiz, caule e folhas. A reprodução dos organismos dessa divisão se dá, assim como nas briófitas, por uma fase sexuada e uma fase assexuada. 
Rizoma é a denominação que se usa para o caule das plantas desse grupo quando este é subterrâneo. Epífitas são as pteridófitas que se apoiam em outras plantas, mas sem lhes causar danos. São exemplos de pteridófitas: samambaias, cavalinhas e chifres-de-veado.

Figura 4. Exemplos de pteridófitas
Fonte: brasilescola.uol.com.br

Figura 5. Samambaia, exemplo de pteridófita
Fonte: PAIM, 2019

Gimnospermas

A divisão das gimnospermas inclui árvores e arbustos com variados portes. Possuem vasos condutores de seiva – são plantas vasculares -, raiz, caule, folhas e sementes.
Sua reprodução é sexuada: a fecundação dos órgãos femininos se dá pelo pólen, o qual é produzido pelos órgãos masculinos e transportado por vento, chuva, insetos e pássaros. As sementes das gimnospermas são nuas: não são envolvidas por ovário ou capa protetora. São exemplos: pinheiros,  ciprestes, araucárias e sequoias.

Figura 6. Exemplos de gimnospermas
Fonte: www.webestudante.com.br

Figura 7. Cipreste, exemplo de gimnosperma
Fonte: elaborada pelos autores

Angiospermas

As angiospermas são, bem como as pteridófitas e as gimnospermas, plantas vasculares, isto é, possuem vasos condutores de seiva. As plantas desse grupo possuem variadíssimas formas e tamanhos e habitam diferentes ambientes. Esta é a maior divisão do Reino Vegetal, compreendendo aproximadamente 200 mil espécies.
Sua reprodução é sexuada. A fecundação ocorre pela presença do pólen masculino. Ao contrário das gimnospermas, as sementes das angiospermas são guardadas no interior do fruto. São exemplos: hibisco, goiabeira e maracujazeiro.

Figura 8. Exemplos de angiospermas (Adaptado)
Fonte: www.saberatualizadonews.com


Figura 9. Hibisco, exemplo de angiosperma
Fonte: elaborada pelos autores

Acredita-se que o reino vegetal como um todo descenda de organismos semelhantes às atuais algas verdes. Isso teria ocorrido através da ação da seleção natural e de mutações. Com o passar dos milhares ou até milhões de anos, formaram-se as raízes, as quais fixam a planta ao solo, possibilitando que esta absorva água e sais minerais.
Eventualmente, surgiu, também, a parte aérea das plantas (caule e folhas), passando a proporcionar a captação de energia luminosa, convertida em energia química, esta utilizada na produção de matéria orgânica, através da fotossíntese. O aparecimento dos vasos condutores de seiva viabilizou a circulação e a distribuição interna de substâncias.
Sobrevieram, além destas, ainda outras estruturas adaptativas: os tecidos de sustentação, que mantêm a planta ereta, e os tecidos de revestimento, que minoram a perda de água e promovem as trocas gasosas com o ambiente.

Figura 10. Cladograma simplificado do reino vegetal
Fonte: sites.google.com

Referências:

Site: <www.portaleducacao.com.br>. Acesso em: 20 fev. 2019.

Site: <www.todamateria.com.br>. Acesso em: 20 fev. 2019.

Site: <www.gestaoeducacional.com.br>. Acesso em: 20 fev. 2019.

Site: <sites.google.com>. Acesso em: 23 fev. 2019.

Exercícios da aula 21 fev. 2019 (Taxonomia)

1. "Domínio Bacteria... Domínio Arquea... Domínio Eucaria..."
a. Os organismos que estão no nó ancestral, próximo à "1".
b. O domínio Arquea, mais próximo ao domínio Eucaria no cladograma.

2. "Enuncie o conceito biológico de espécie."
1) Semelhança morfológica, bioquímica e cariotípica;
2) Viver na mesma área geográfica ao mesmo tempo e formar população;
3) Cruzar entre si (reprodução sexuada) e gerar prole fértil;
4) Isolamento (geográfico, temporal e reprodutivo) de outros grupos com essas mesmas características.

3. "Em um pomar, encontramos os seguintes seres vivos..."
a. 7
b. 5
c. 2
d. 5

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Cladogramas

Ao se depararem com um amplo número de características anatômicas, embriológicas, genéticas e comportamentais, os cientistas viram a necessidade de estudar mais a fundo diversas hipóteses a respeito de um tema que muito cativava suas curiosas mentes: a evolução e ancestralidade das espécies que habitam o planeta Terra.
Atraídos e inspirados pelas ideias do cientista alemão Willi Hennig (1913-1976), considerado o pai da sistemática filogenética, diversos pesquisadores passaram a expôr as características dos seres que estavam a estudar nos chamados "cladogramas” - uma sorte de diagrama utilizado em cladística que organizava espécies levando em conta as relações evolutivas de cada grupo estudado.

Figura 1. Fotografia de Hennig
Fonte: difundindociencianaescola.wordpress.com

Antes de conceituar cladogênese e anagênese, é importante fixar o significado e a compreensão do termo “espécie”, que é uma categoria taxonômica e pode ser definida a partir de critérios naturais. Espécie, segundo sua definição mais arraigada, é um conjunto de seres vivos semelhantes que podem se cruzar na natureza, originando descendentes férteis (FAVARETTO, 2016). 
Menciona-se, ainda, que essa definição tem suas exceções. Com isso, é necessário melhor elucidar esse conceito. Pode-se adicionar, ainda, que espécie é um grupo de populações que: mantém um patrimônio genético comum; possui um cariótipo idêntico, isto é, mesmo número de cromossomos; guarda semelhanças anatômicas e morfológicas; convive em um mesmo espaço e tempo; é capaz de cruzar entre si e gerar descendentes férteis; conserva isolamento geográfico, temporal e reprodutivo de outros grupos com características semelhantes.

Ao longo dos anos, ocorrem processos que dão origem à novos grupos de organismos vivos. Tais processos ocorrem através da divisão de uma população ancestral em grupos descendentes que se dispersam pelo ambiente e, por pressão da seleção natural dos distintos ambientes - a chamada adaptação divergente - acabam por se isolar reprodutiva e geograficamente, dando origem à novas espécies com um ancestral comum e, consequentemente, aspecto semelhante. 
Especiação se define por: processo ou meio de desenvolvimento de novas espécies de organismos vivos na natureza, cujos fatores determinantes são o isolamento geográfico e reprodutivo de duas ou mais populações devido a uma barreira física - como oceanos, vales e áreas secas ou desmatadas -, a qual impede, inclusive, o fluxo de genes.
De forma geral, a especiação se dá quando dois grupos são separados por uma barreira física e sujeitos à ação diferencial da seleção natural de modo ambivalente, ou seja, dos dois lados da barreira. Ocorrem mutações, que passarão a integrar o acervo genético de seus grupos. A barreira física impedirá o fluxo gênico entre as populações, que gradualmente se diferenciarão, até que, com o tempo, estará instalado o isolamento reprodutivo e, assim, duas espécies distintas terão sido formadas. 
É importante ressaltar que, dentro das espécies, existem subdivisões, chamadas subespécies, determinadas quando estão presentes duas condições: isolamento geográfico e diferenciação através de características com variação descontínua. 

Figura 2. Linhagem e especiação dos corvos carniça e encapuzado, que acasalam dentro de suas próprias populações, mas, ao mesmo tempo, em algumas áreas, cruzam entre si e geram híbridos (Adaptado)
Fonte: www.emaze.com

Filogenia é, segundo Leandro Cardoso Pederneiras, "a história genealógica de um grupo de organismos e uma representação hipotética das relações ancestral/descendente”. Willi Hennig conceitua a filogenética como o "ramo da sistemática interessado na reconstrução da filogenia". Em suma, a filogenética busca estipular relações evolutivas entre os grupos de entes biológicos.

Os esquemas que retratam a relação de parentesco evolutivo entre os seres vivos são denominados cladogramas.
Os cladogramas são uma espécie de diagrama onde traça-se uma linha na qual o ponto de origem, ou raiz, denota um provável grupo ancestral. Os pontos de bifurcação são chamados nós e a partir de cada nó ergue-se um ramo, o qual se dirige a grupos intitulados terminais. Os cladogramas pretendem tornar mais fácil a análise de características provenientes de uma população ancestral presentes em um grupo derivado.

Figura 3. Cladograma que representa relações entre sete grupos de seres vivos (Adaptado)
Fonte: biology.stackexchange.com

A anagênese, segundo Adriane Mello, "é o processo pelo qual uma espécie gradualmente sofre sucessivas alterações em seu conjunto gênico". Por meio dela, os cientistas explicam a diversidade que existe dentro da história evolutiva das espécies. É, a partir de outra definição, o acervo de alterações e mutações genéticas sofridas por um grupo ou população ao longo dos milhares ou milhões de anos.
A cladogênese é responsável pela quebra da constância - geralmente por uma barreira física, que gera isolamento geográfico e, posteriormente, reprodutivo - de uma população. Derivam-se, dessa maneira, duas ou mais populações, as quais deixam de estabelecer contato devido à diferenciações genéticas e/ou morfológicas.

Figura 4. Ilustração simplificada da diferença entre anagênese e cladogênese
Fonte: djalmasantos.wordpress.com

Referências:

FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia unidade e diversidade, 2º ano. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016.

Blog Biologia - Ciência da Vida. CLASSIFICAÇÃO E EVOLUÇÃO - CAROLUS LINNAEUS SYSTEMA NATURAE. Disponível em: <http://segundocientista.blogspot.com/2015/02/classificacao-e-evolucao-carolus.html>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Site: <pt.wikipedia.org>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Site: <mundoeducacao.bol.uol.com.br>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Site: <www.sobiologia.com.br>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Site: <www2.unifap.br>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Site: <www.ebah.com.br>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Site: <www.ib.usp.br>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Site: <www.todamateria.com.br>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Site: <biologiativaa.blogspot.com>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Exercícios do blog "BIOLOGIA - CIÊNCIA DA VIDA" (Taxonomia)

Atividades postadas no blog Biologia - Ciência da Vida, do Professor Paim, em "TAXONOMIA - EXERCÍCIOS GERAIS", disponível à: <http://segundocientista.blogspot.com/2013/02/taxonomia.html>. Acesso: 20 fev. 2019.

1. "O gato foi domesticado pelos humanos..."
a) Felis catus e Felis silvestris, respectivamente.
b) O conceito de espécie, definido por Lineu ainda no século XVIII, é:
1. Semelhança morfológica, bioquímica e cariotípica; 
2. Viver na mesma área geográfica ao mesmo tempo e formar população; 
3. Cruzar entre si e gerar prole fértil;
4. Isolamento (geográfico, temporal e reprodutivo) de outros grupos com essas mesmas características.
c) Espécie é o grupo de indivíduos semelhantes, nos níveis morfológico, funcional e bioquímico e idênticos no nível cariotípico, isto é, quanto ao número de cromossomos; que vivem na mesma área geográfica ao mesmo tempo; são capazes de cruzarem-se entre si, originando descendência fértil; e que estão isolados geográfico, temporal e reprodutivamente de outros grupos com características iguais.
d) Reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.
e) Reino Animal: compreende os animais, seres eucarióticos, pluricelulares e heterotróficos: por exemplo, os seres humanos, os cães e os gatos
Reino Vegetal: compreende as plantas, seres eucarióticos, pluricelulares, autotróficos clorofilados, com tecidos diferenciados: por exemplo, os musgos, as samambaias e os pinheiros
Reino Fungi: compreende os fungos, organismos eucarióticos, unicelulares ou pluricelulares, heterotróficos, que geralmente se reproduzem por esporos em pelo menos uma fase da vida: por exemplo, os cogumelos, as orelhas-de-pau e as leveduras
Reino Protoctista: compreende, simplificadamente, todos os organismos eucariontes que não se encaixam como fungos, plantas ou animais, incluindo, dessa forma, as algas - seres unicelulares ou pluricelulares, autotróficos clorofilados e desprovidos de tecidos diferenciados - e os protozoários - seres unicelulares e heterotróficos, que podem ter vida livre ou parasitária -: por exemplo, Trypanosoma cruziToxoplasma gondii Trichomonas vaginalis
Reino Monera: compreende as bactérias, as cianobactérias e as arqueobactérias, todos organismos procariontes, unicelulares e, dessa maneira, muito simples, que geralmente são menores do que 8 µm: por exemplo, Escherichia coliStaphylococcus aureus e Lactobacillus reuteri
f) 1. As espécies são identificadas por um binome, isto é, um nome composto por dois nomes: um nome genérico e um descritor específico. Nenhum outro táxon pode ter nomes compostos por mais de um complemento
2. Os nomes científicos, quando digitados, devem estar sempre em itálico; e quando manuscritos, sublinhados
3. O nome genérico deve ser escrito com letra inicial maiúscula; e o descritor específico, com letra inicial minúscula
4. Todos os nomes devem ser latinos ou latinizados

2. "Oberve o cladograma e com base em seus estudos..."
F-F-F-F-F-V-F

3. "A respeito do esquema acima, assinale..."
B

4. "Carolus von Linnaeus (1707-1778), Lineu, em português, através de sua obra Systema Naturae..."
F-F-V-V-F-V-V-V-V-F-V

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Exercícios 1-4 da p. 23 do livro (Taxonomia)

1. a) Ordem, família, gênero e espécie, respectivamente
b) Sim. Todos pertencem à classe Mammalia, que inclui todos os mamíferos.

2. a) Ordem, classe, filo e reino.
b) 3 espécies, 2 gêneros, 2 famílias e 1 classe.

3. a) Para diferenciar os milhões de organismos uns dos outros, representar um determinado organismo da mesma maneira seja qual for o idioma em que se escreve e formular um único nome válido para cada organismo.
b) Lachesis muta: o primeiro nome representa o gênero; e o segundo, a espécie em si.
c) Espécie é definida por: semelhança morfológica, bioquímica e cariotípica; viver na mesma área geográfica ao mesmo tempo e formar população; cruzar entre si e gerar prole fértil; e isolamento (geográfico, temporal e reprodutivo) de outros grupos com essas mesmas características.
d) Classe, filo e reino.

4. a) Tal processo se iniciou com a separação de uma única espécie em duas populações por uma barreira física: nesse caso, o próprio oceano (isolamento geográfico). Essa barreira física impede o encontro de indivíduos das populações e, consequentemente, o fluxo de genes entre elas. Nessas duas populações, posto que elas estariam submetidas de diferentes maneiras à seleção natural, podem ocorrer mutações, e estas se integram ao patrimônio genético do grupo. Progressivamente, as diferenças entre os indivíduos dessas populações vão se acentuando até que se instala o isolamento reprodutivo, com a formação de duas espécies separadas.
b) Deve-se verificar a definição de espécie, supracitada, especialmente quanto ao isolamento geográfico, temporal e reprodutivo de outros grupos com essas mesmas características. Além disso, esse grupos devem ser diferenciados por características com variação descontínua.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Taxonomia ou classificação biológica

Naturalmente, todos os campos do saber humano sentem a necessidade de organizar e classificar seus objetos de estudo em categorias. Para isso, são necessários parâmetros bem definidos. Na Biologia, em particular, não poderia ser diferente, até porque o interesse em relação à biodiversidade - a variedade de seres vivos na Terra - tem sido cada vez maior.

Figura 1. Árvore filogenética dos seres vivos
Fonte: difundindociencianaescola.wordpress.com

Taxonomia, classificação biológica ou sistemática é a área que busca classificar os seres vivos de acordo com seu parentesco evolutivo.
As regras que são utilizadas para tal embasam-se em critérios arbitrários estipulados por especialistas. É válido apontar que essa classificação não é estanque, e pode se modificar à medida que novas descobertas são feitas, trocando organismos de posição nas categorias taxonômicas.
Em primeiro lugar, põe-se que a taxonomia é sempre dicotômica, isto é, geralmente ocorre a divisão lógica de um determinado conceito em dois conceitos normalmente contrários.

A categorização clássica começou a ser elaborada pelo filósofo e matemático grego Platão (428 a.C.?-347 a.C.?). Em seu diálogo "Político", ele apresentou a ideia de agrupar objetos mediante a semelhança de suas propriedades.

Figura 2. Busto de Platão
Fonte: pt.wikipedia.org

O filósofo grego Aristóteles de Estagira (384 a.C.-322 a.C) ofereceu importante contribuição para o desenvolvimento da taxonomia.
No primeiro livro de sua obra "Organon", intitulado "Categorias", emprega pela primeira vez em um contexto filosófico a palavra categoria. Nesse tratado, ele examina a diferença entre objeto e classe, aprofundando e sistematizando a estrutura de classificação de Platão.
Além disso, Aristóteles também estabelece cinco categorias que expõem a maneira como a realidade é entendida pelos seres humanos, a saber: gênero, espécie, diferença, propriedade e acidente, sendo que as duas primeiras passarão a exercer papel fundamental na Biologia.
Finalmente, ainda separa todos os organismos de que se tinha notícia na época em três grandes grupos: os reinos animal, vegetal e mineral. Para isso, faz uso do critério ambiental.

Figura 3. Busto de Aristóteles
Fonte: pt.wikipedia.org

O filósofo Teofrasto de Eressos (372 a.C.-287 a.C.), sucessor de Aristóteles na escola peripatética, redigiu duas grandes obras muito relevantes no estudo da Botânica, "História das plantas" e "Sobre as causas das plantas", nas quais classificou e discutiu todas as mais de 500 variedades de plantas cógnitas na época, tendo separado-as em ervas, subarbustos, arbustos, arvoretas e árvores. Dissertou sobre ervas medicinais, seivas, tipos de madeira etc. e cunhou termos como pericarpo.

Figura 4. Escultura de Teofrasto
Fonte: davidarioch.com

O filósofo romano Porfírio de Tiro (234 d.C.?-309 d.C.?), em sua "Introdução", na qual tece um comentário sobre a obra "Categorias" de Aristóteles, exibe a árvore de Porfírio, colaborando para o avanço da taxonomia ao apresentar a ideia de que os conceitos iam dos mais gerais e extensos até os mais específicos e particulares, em uma ordem de subordinação.

Figura 5. Gravação de Porfírio
Fonte: pt.wikipedia.org

Figura 6. Árvore de Porfírio
Fonte: www.eventials.com

O botânico, zoólogo, médico e naturalista sueco Carl Nilsson Linnæus (1707-1778), por sua imensurável contribuição para essa área, é considerado "pai da taxonomia moderna".

Figura 7. Gravura de Lineu 
Fonte: pt.wikipedia.org

Lineu publicou, em 1735, sua magnum opus, "Systema Naturae", na qual lançou as bases para a vigente classificação dos seres vivos, elaborando, com base na semelhança de características anatômicas, fisiológicas, comportamentais e moleculares entre os variados seres vivos, as categorias taxonômicas principais/táxons, em número de sete, desde a categoria de maior abrangência e diversidade até a de menor abrangência e diversidade: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.
Vale destacar que existem, agora, categorias intermediárias entre essas: infra-classe, subclasse, subfamília etc. Atualmente, uma categoria mais ampla e abrangente que o reino também tem sido considerada: o domínio.

Figura 8. Categorias taxonômicas
Fonte: www.coladaweb.com

Reinos: Animalia, Plantae, Fungi, Protoctista e Monera
Exemplos de filos: Chordata, Arthropoda, Anthophyta
Exemplos de classes: Mamalia, Crustacea, Icosandria
Exemplos de ordens: Carnivorae, Monogynia, Anura
Exemplos de famílias: Hominidae, Passifloraceae, Felidae, Solanaceae
Exemplos de gêneros: Homo, Rosa, Brisa
Exemplos de espécies: Homo sapiens, Canis lupus, Passiflora edulis

Figura 9. Os cinco reinos
Fonte: mybrainsociety.blogspot.com

Lineu também desenvolveu um conceito de espécie, utilizado até hoje, que se define por:

1. Semelhança morfológica, bioquímica e cariotípica;
2. Viver na mesma área geográfica ao mesmo tempo e formar população;
3. Cruzar entre si (reprodução sexuada) e gerar prole fértil;
4. Isolamento (geográfico, temporal e reprodutivo) de outros grupos com essas mesmas características.

Abaixo, exemplos de posição sistemática ou classificação de espécie dentro de seus respectivos reinos.

Figura 10. Posição sistemática do gato
Fonte: descomplica.com.br

Figura 11. Posição sistemática da rosa
Fonte: educacion.practicopedia.lainformacion.com

Em Biologia, indivíduo é sinônimo de organismo. Organismo é aquele que apresenta as seguintes características: capacidade de obter energia a partir de nutrientes, reprodução e adaptação às mudanças ambientais. Todos os indivíduos se agrupam em espécies e populações. A única categoria taxonômica que realmente existe na natureza é a espécie.
O termo população corresponde ao conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que habitam o mesmo local, tanto espacial quanto temporalmente.

Figura 12. População de elefantes
Fonte: animais.culturamix.com

Visando diferenciar os milhões de organismos uns dos outros, representar um determinado organismo da mesma maneira seja qual for o idioma em que se escreve e formular um único nome válido para cada organismo, elaboraram-se, com o protagonismo de Lineu, as regras da nomenclatura binomial, também chamada nomenclatura biológica, nomenclatura científica ou sistema lineano:

1. As espécies são identificadas por um binome, isto é, um nome composto por dois nomes: um nome genérico (nome do gênero) e um descritor específico (nome da espécie). Nenhum outro táxon pode ter nomes compostos por mais de um complemento.

Figura 13. Composição do nome científico da banana
Fonte: MENDONÇA, 2016

2. Geralmente, o nome genérico é um substantivo; e o descritor específico, um adjetivo.

3. As subespécies têm um nome composto por três nomes, ou seja, um trinome, ordenados da seguinte maneira: nome genérico, descritor específico e descritor subespecífico. 

4. Todos os taxa hierarquicamente superiores à espécie tem nomes compostos por uma única palavra, ou seja, um "nome uninominal".

5. Os nomes científicos, quando digitados, devem estar sempre em itálico; e quando manuscritos, sublinhados.

Figura 14. Nome científico do ser humano manuscrito (Adaptado)
Fonte: segundocientista.blogspot.com

6. O nome genérico (nome do gênero) deve ser escrito com letra inicial maiúscula; e o descritor específico (nome da espécie), com letra inicial minúscula.

7. Em textos acadêmicos e científicos, a primeira referência a um táxon, nomeadamente a uma espécie, é seguida, na zoologia, do sobrenome do cientista que o identificou pela primeira vez; e na botânica e micologia, da sua abreviatura padrão. Se a espécie teve a sua posição taxonômica alterada por inclusão em gênero diferente do original, o sobrenome ou a abreviatura padrão do autor original e a data de publicação original são fornecidos em parênteses antes da indicação de quem publicou o novo nome.

Figura 15. Artigo científico
Fonte: significados.online

8. Quando usado em conjunção com o nome vernáculo da espécie, o nome científico normalmente aparece imediatamente a seguir no texto, incluído em parênteses.

9. O nome científico deve ser sempre usado por extenso na sua primeira ocorrência no texto e sempre que diversas espécies do mesmo gênero estiverem a ser discutidas no mesmo documento. Nos usos subsequentes, as referências podem ser abreviadas à inicial do gênero, seguida de um ponto e do nome específico completo.

Figura 16. Produzindo um texto científico
Fonte: www.enago.com.br

10. A abreviatura "sp." é usada quando o nome da espécie não pode ou não interessa ser explicitado. A abreviatura "spp." indica várias espécies.

11. As abreviaturas "ssp." (zoologia) e "subsp." (botânica) indicam uma subespécie não especificada. As abreviaturas "sspp." ou "subspp." indicam um número não especificado de subespécies.

12. A abreviatura "cf." é utilizada quando a identificação da espécie requer confirmação por ser incerta ou estar a ser citada através de uma referência secundária não verificável.

13. Os nomes das famílias de animais são identificados pelo sufixo -idae; e os nomes das famílias de vegetais são identificados pelo sufixo -aceae.

14. Todos os nomes devem ser latinos ou latinizados.

Figura 17. Cactos e suculentas
Fonte: www.etsy.com

Referências:

FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia unidade e diversidade, 2º ano. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016.

MENDONÇA, Vivian L. Biologia: os seres vivos. Volume 2. Ensino Médio. 3. ed. São Paulo: AJS, 2016.

Blog Biologia - Ciência da Vida. TAXONOMIA E HISTÓRIA DA CLASSIFICAÇÃO. Disponível em: <http://segundocientista.blogspot.com/2013/02/taxonomia-e-historia-da-classificacao.html>. Acesso em: 10 fev. 2019.

Site: <pt.wikipedia.org>. Acesso em: 10 fev. 2019.

PAIM, Antônio Carlos. Aulas de Biologia dos dias 6 e 7 fev. 2019.